O pouco investimento que fiz, ao longo dos anos, em arte de comics, ou banda desenhada como é conhecida pela nossa costa, reflecte-se na hora de compra daquele jogo há muito cobiçado. O amigo leitor reconhecerá o meu delírio por tudo, ou quase tudo, o que é oferta digital pintada a grafia kanji, japonesa, recheada de bicharada adorável mas com alma grande. Portanto, grande parte da arte gráfica com raízes urbanas do Ocidente, mesmo com méritos indiscutíveis, passou ao lado da minha infância e consequente maturação de gosto. Ironicamente, o meu espírito eclético e mente aberta consolidaram o meu respeito e admiração pela cultura Heavy Metal, estupidamente americanizada. Isso, e uma conjugação de coincidências só possíveis com o fenómeno da importação através da rede, despertaram o interesse do escrivão experimentado
O título, um brawler editado e desenvolvido em 2001 pela Capcom, foi uma homenagem, um pouco forçada, á publicação Heavy Metal. A revista de culto servia doses aditivas de histórias, personagens e arte bem típica das graphic novels de qualidade norte-americanas. O jogo, contudo, esboçou novos protagonistas e ambientes, sempre apoiados na música, claro, bem rasgada e… barulhenta. Mas calma, adepto do Metal como forma de protesto e antro de escape, barulho no bom sentido. A faixa de cabeça, que ambientava a batalha inicial do jogo, pertencia aos (grandes) Megadeth. “Moto Psycho”, para o registo, era um tema que encaixava perfeitamente no espírito irreverente da obra. Mas o importante estava ao lado. A alma de Heavy Metal: Geomatrix era, claro, a arena sangrenta e cheia de metal bélico. As equipas participantes, divididas, no máximo, por três jogadores, defrontavam-se em cenários fechados, pouco interactivos e notavelmente ‘cinzentões’, com armas brancas e de fogo
Mas se a fórmula era conservadora, a jogabilidade libertina, se bem que algo repetitiva, era estimulante e muito bem conseguida… com recurso a esteróides e cortes de cabelo extraordinários, note-se.
Considerando o lançamento Europeu do título, em Abril de 2002, arrisco a sugestão: tente uma ou outra partida nas arenas do Heavy Metal. Sem complexos ou expectativas titânicas, mas, de preferência, com um par das cervejas de companhia.
Um bem-haja, aos ‘cabeleiros metaludos! ‘.
Pequim, dia 8 de Agosto de 2008. O mundo está literalmente parado em frente ao televisor. Cada coração patriótico bate a ritmo apaixonado, com o desfile triunfal da representação do seu país na pista mais importante do momento. Controvérsia política á parte, o governo chinês cumpre a premissa de festa e cores exuberantes, pintando a cidade com tinta democrática, para estrangeiro ver. Mas o ponto alto da prova é, como sempre foi, o desempenho dos atletas. As estrelas do mês da competição, não escondem os nervos e honra pelas cores que ostentam. Pronto, está enfeitado o palco de Beijing 2008 – o jogo oficial. A Eurocom, companhia britânica responsável pela concepção da obra, propõe a materialização do sonho de glória, divertimento e acessibilidade mais básica. Resta saber se está encontrado o novo campeão olímpico, ou se o disco nem passou da qualificação…
O leitor não conseguirá imaginar a dor que me vai na alma, ao esbater o teclado para esta crítica. Trata-se duma autópsia forçada a uma máquina que, com pérolas bem brilhantes na oferta de software, falhou na raiz conceptual. A Sega Saturn foi apresentada ao mercado europeu com uma credencial ambiciosa: era a primeira 32 bits da história. Infelizmente para os cofres da Sega e bem-estar geral da comunidade de jogadores afincos á companhia – na qual, para o registo, ainda hoje me incluo – a resposta do mercado foi lenta e penosamente negativa para a gigante nipónica.
O leitor mais atento ás palavras do escrivão de serviço reconhecerá a minha admiração pela extinta Sega Saturn. Vítima de morte prematura, a coqueluche dos anos noventa da Sega expandiu um fenómeno de culto até à geração corrente. A causa? Os títulos exclusivos e únicos, claro. Uma dessas pérolas, ainda por descobrir, é Last Bronx, um fighter slash’em’up relativamente convencional á data. Disponível nas prateleiras das lojas Europeias em 1997, o jogo da AM3 preencheu um vácuo no meu espaço emocional. É que até adquirir o disco, as minhas experiências de combate digital em 3D baseavam-se no soberbo e visionário Virtua Fighter e num favorito pessoal, Fighting Vipers. O enredo inspirado no submundo marginal de Tóquio, personagens interessantes e dignas de um guião de valia, ambientavam um motor de combate extremamente competente. Como deve imaginar, o objectivo não era espancar o adversário com combinações de três dígitos, ao invés, a luta podia ser primariamente estratégica e cautelosa. Mas a glória máxima estava no esvaziar da barra de vitalidade inimiga através de bastonadas aleatórias e recompensadoras. Tudo isto brindado com um toque de animação japonesa de qualidade.
O sucesso em território nipónico foi tanto, que a o título deu origem a volumes em papel com arte e história manga e, imagine-se, uma série de programas radiofónicos.
A Sega, amiga do consumidor mais novinho, reeditou a obra num disco para Playstation 2. Infelizmente, os aficionados da consola da Sony só podem desfrutar de Last Bronx… no Japão, tendo em conta a colecção em que o jogo foi datado; a SegaAges. Longa vida á importação, portanto.
Quando a minha Saturn me confere uns minutos de vida – tem funcionado mal desde há um par de anos – ainda rodo o disco e consigo sugar diversão ao minuto.
Sugiro o vídeo obrigatório, com direito à intro muito j-pop de Last Bronx para o final.
onde comprar? Last Bronx (Saturn), Last Bronx – Sega Ages Vol. 24: Last Bronx -
Não sei de que ano, nem de que década, mas uma coisa é certa, Earthworm Jim 4 vai mesmo voltar a ter a grande exposição que teve no passado. Para os fãs de coração quente da série, como o escrivão de serviço, as boas noticias cobrem o envolvimento do criador original da minhoca, Doug TenNapel, que confirmou ser o líder da equipa encarregue de trazer Jim até á nova geração.
A minha aposta: se o espírito da obra de 1994 ficar intacto, espere um título com toneladas de humor, do mais sarcástico que pode encontrar na indústria.
Para adoçar a boca, e espancar o botão da nostalgia do leitor, ofereço um tributo muito bem disposto, realizado pelos rapazes da Screwattack.com.
Se não completou Earthworm Jim, considere o spoiler forte contido no video.
(Cortesia Gametrailers.com)
Ainda bem que Shinji Mikami teve coragem suficiente para abandonar a Capcom, numa altura em que os senhores mais snob da companhia, afiavam lâminas contra a mente por trás de Resident Evil.
A não ter acontecido esse acto depravado, de alguem extremamente confiante em si próprio, Mikami nunca teria fundado a Platinum Games, recém-nascida que recentemente uniu forças com a Sega para a publicação de duas obras muito prometedoras.
Falo de MadWorld, com Shigenori Nishikawa á cabeça, e de Bayonetta, liderado por Hideki Kamiya (responsável por Viewtiful joe e Devil May Cry).
Mad World, projectado para a Wii, será um título de acção que tirará partido do Wiimote para rasgar carne e pele em dois. Tudo isto condimentado com um estilo muito Frank Miller meets No More Heroes.
Bayonetta, a ser descoberto na Playstation 3 e Xbox 360, vale apenas pelos nomes associados ao projecto, mas com a premissa de ser um Bullet Witch com bom gosto e personalidade, as expectativas sobem considerávelmente. Confesso a esperança inocente de ver estes dois jogos aparecerem como rosas no meio da gravilha, muito homogénea, em que a industria vem assentando.
Para abrir o apetite ao leitor, os primeiros teasers das obras:
MadWorld
Bayonetta
Que delícia...
A gigante nipónica prometeu o mundo aos consumidores, oferecendo um serviço online sem precedentes e um catálogo de jogos visual e tecnicamente impressionantes, numa época em que as 128 bits eram o prólogo da próxima geração de consolas e certamente o passo seguinte numa indústria confusa e com posições de liderança por definir.
Dez anos depois do lançamento japonês da saudosa Dreamcast, é interessante fazer um balanço das razões que levaram a consola a bater no fundo e, principalmente, entender a filosofia da Sega de hoje.
. A irreverência e os pente...
. Last Bronx: O lado oculto...
. E o jogo do ano é... Eart...
. Dreamcast: Dez anos depoi...
. xbox 360(14)
. nintendo(8)
. ps3(8)
. acção(7)
. capcom(7)
. ps2(7)
. sega(7)
. ainda não jogou(6)
. e3(6)
. análise(5)
. trailer(5)
. wii(5)
. anos 90(4)
. artigo(4)
. japão(4)
. microsoft(4)
. playstation(4)
. retro(4)
. shooter(4)
. beat'em'up(3)