Sábado, 28 de Junho de 2008

Roma em tons de vermelho sangue.

 

Independentemente do tema de fundo, qualquer título de acção ou aventura germinado no Japão, tem sempre uma vertente de fantasia exuberante. Shadow of Rome não é excepção. O guião é muito cuidadoso, com uma interpretação livre da história do império romano, e evita feitiços policromáticos a cada segundo, mas não nega a identidade fantástica gritante, principalmente para o fim da epopeia. E ainda bem… mas é irrelevante. O que interessa no título do primeiro trimestre de 2005 é a acção sangrenta, brutal e incrivelmente aditiva.

Leitor atento ás minhas recomendações pontuais, confie na palavra no grande louco pelos beat’em’up clássicos: Shadow of Rome é um conceito saudável, algo lunático e impeditivo para jogadores com terror por padrões de sangue.

A pérola escondida no catálogo megalómano da Playstation 2, apresenta a história de Agrippa – um centurião de méritos firmados transformado á força em gladiador – que se vê envolvido na conspiração em redor da morte do mítico Imperador Júlio César. Pelo meio, contará com a preciosa ajuda de Octavianus, sobrinho do todo-poderoso. Ironicamente, este último materializa o pior da balança qualitativa de Shadow of Rome. A Capcom, companhia responsável pela obra, obriga o jogador a secções furtivas – muito inspiradas pelo genial Metal Gear Solid – completamente desinteressantes e capazes de arruinar a experiência para os menos pacientes. Mas, insisto, não é importante. A glória está em desmembrar cabalmente os adversários, recorrendo a combinações recursivas. O gladiador contrariado será digno de atacar com toda e qualquer arma presente no ecrã. Seja um braço alheio caído em combate, ou uma lança sem fim para perfurar um tigre bem agressivo. Vale tudo. Grande parte das arenas de combate, baseadas nos círculos de areia da antiguidade, tornam-se um antro de hostilidade impressionante á vista. Imagine que, a certa altura, o candidato a melhor gladiador terá de enfrentar odes de elefantes e dezenas humanos, tão ferozes como desafiantes. É uma maravilha do génio quase masoquista dos senhores da Capcom.

Sem mais palavras, Shadow of Rome leva o meu selo de recomendação bem restrito.

 

 

Vale os Euros, por inteiro.

 

a jogar: street fighter II e ninja gaiden II
mood: gladiador!
artigo por Daniel Costa às 22:46
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Sexta-feira, 27 de Junho de 2008

Enemy Territory: Quake Wars - Análise.

 

Tenho uma relação bastante pacífica com os shooters de orientação militar na primeira pessoa; evito constantemente o género. O leitor pode assumir a minha inabilidade crónica para tirar prazer de qualquer experiência digital com base em disparos aleatórios, toneladas de metal e mortes contabilizadas ao segundo. Contudo, ao longo da minha apaixonada aventura lateral no mundo dos videojogos, fui tropeçando em vários títulos de qualidade com inspiração mais fantástica e sobrenatural. Adepto incondicional da ficção vinda de território nipónico, o efeito de espanto e admiração pelas criaturas modeladas a vermelho sangue em Quake, resultou na minha maturação natural como jogador. Enquanto crítico, sempre descomplexado, a chegada de Enemy Territory: Quake Wars ao mercado do velho continente sugere uma mescla híbrida entre o mundo fantasiado de Quake e a acção estratégica pura e dura de Wolfenstein: Enemy Territory, com presumível qualidade.

O interesse está em avaliar o sucesso prático da operação, com a premissa experimental em mente.

  

 

mood:
a jogar: dbz burst limit, ninja gaiden 2, pes 2008
artigo por Daniel Costa às 22:01
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Quinta-feira, 26 de Junho de 2008

"Ed" Touchdown e respectivo sabre.

Há malucos para tudo. Pior (ou melhor, em função da sensibilidade do leitor), esses adeptos do extraordinário têm tempo e fundos para esbanjar na maluquice. Pronto, admito, a minha antiquíssima veia otaku obriga-me a quase invejar este senhor. Ed Palumbo, norte-americano e fã incondicional de Travis Touchdown, carismática personagem do brilhante No More Heroes que encapa este humilde blogue (faça favor de olhar para cima!), concebeu um fato cosplay digno de registo. Mais, e tente conter o espanto, o fã da Nintendo ostenta um sabre de luz exactamente igual ao presente na obra de Goichi Suda para a Wii. O feito deu-se por altura do Halloween, no ano passado, mas só agora tropecei no trabalho de Mr. Ed.

Com cheiro a mofo digital– as fotos já correram a rede á muito – a pose ainda causa impressão junto dos acólitos da Grasshopper:

 

(clique na imagem para mais informação).

 

Caro leitor, a peça de culto não se encontra à venda. Lamento.

 

a jogar: pes2008, no more heroes
mood:
artigo por Daniel Costa às 17:45
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Terça-feira, 24 de Junho de 2008

Metáforas de tirar o fôlego.

Ben Croshaw já é uma super-estrela. Alvo exemplar de uma nova ideologia semi-liberal da chamada era do YouTube, leia-se livre circulação de opiniões em vídeo, o outrora conservador jornalista da indústria é dotado de um sentido de humor, no mínimo, peculiar. Natural do Reino Unido, residente na Austrália e assalariado numa publicação online também anglo-saxónica, a Escapist Magazine, o cidadão do mundo assina uma coluna semanal, com o título simbólico de Zero Punctuation, na qual expõe ironias, pontos fracos e fortes de vários jogos com grande recurso à metáfora. Proponho que o leitor atente, além da qualidade editorial e humor inerente, ao ritmo do discurso do artista. Edição básica para a maioria, claro, mas metade do gozo está mesmo aí.

Tiro o chapéu ao senhor Yahtzeenickname do camarada – e aconselho, de forma descomplexada, uma longa visita á obra do colega de ofício.

 

Para homens e mulheres de barba rija, sem problemas com linguagem mais forte:

 

 

Ele há gente com piada, chiça!

 

mood: quase humorista.
a jogar: et: quake wars, ninja gaiden 2, pes 2008.
artigo por Daniel Costa às 22:19
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Segunda-feira, 23 de Junho de 2008

Last Bronx: O lado oculto de Tóquio.

 

O leitor mais atento ás palavras do escrivão de serviço reconhecerá a minha admiração pela extinta Sega Saturn. Vítima de morte prematura, a coqueluche dos anos noventa da Sega expandiu um fenómeno de culto até à geração corrente. A causa? Os títulos exclusivos e únicos, claro. Uma dessas pérolas, ainda por descobrir, é Last Bronx, um fighter slash’em’up relativamente convencional á data. Disponível nas prateleiras das lojas Europeias em 1997, o jogo da AM3 preencheu um vácuo no meu espaço emocional. É que até adquirir o disco, as minhas experiências de combate digital em 3D baseavam-se no soberbo e visionário Virtua Fighter e num favorito pessoal, Fighting Vipers. O enredo inspirado no submundo marginal de Tóquio, personagens interessantes e dignas de um guião de valia, ambientavam um motor de combate extremamente competente. Como deve imaginar, o objectivo não era espancar o adversário com combinações de três dígitos, ao invés, a luta podia ser primariamente estratégica e cautelosa. Mas a glória máxima estava no esvaziar da barra de vitalidade inimiga através de bastonadas aleatórias e recompensadoras. Tudo isto brindado com um toque de animação japonesa de qualidade.

O sucesso em território nipónico foi tanto, que a o título deu origem a volumes em papel com arte e história manga e, imagine-se, uma série de programas radiofónicos.

A Sega, amiga do consumidor mais novinho, reeditou a obra num disco para Playstation 2. Infelizmente, os aficionados da consola da Sony só podem desfrutar de Last Bronx… no Japão, tendo em conta a colecção em que o jogo foi datado; a SegaAges. Longa vida á importação, portanto.  

Quando a minha Saturn me confere uns minutos de vida – tem funcionado mal desde há um par de anos – ainda rodo o disco e consigo sugar diversão ao minuto.

 

Sugiro o vídeo obrigatório, com direito à intro muito j-pop de Last Bronx para o final.

 

 

onde comprar? Last Bronx (Saturn), Last Bronx – Sega Ages Vol. 24: Last Bronx -Tokyo Bangaichi (Playstation 2). </style>

 

mood:
a jogar: quake wars, ng2
artigo por Daniel Costa às 13:30
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Domingo, 22 de Junho de 2008

Zero Vidas: N-Gage.

 

Estimado leitor, apresento a mais recente rubrica especializada do NowLoading: Zero Vidas. Neste espaço poderá ler opiniões retrospectivas ligadas a fracassos e decepções na sazonada indústria dos videojogos. Sim, é a forma semi-mórbida que encontrei para bater mais e mais no ceguinho. O adepto masoquista aprovará a ideia, certo?

No primeiro capítulo da saga, que se quer longa e de interesse, decidi ressuscitar a primeira (e única) auto-denominada gamedeck da história, a N-Gage da finlandesa Nokia.

  

 

a jogar: et: quake wars, ninja gaiden 2
mood: ninja!
artigo por Daniel Costa às 12:31
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Sexta-feira, 20 de Junho de 2008

Dragon Ball Z: Burst Limit - Análise.

 

Ao preparar o conteúdo crítico a Burst Limit, apercebi-me que não compreendo a minha paixão pela manga e série original de Dragon Ball. Talvez sejam ecos do tempo em que o meu maior obstáculo na vida era a acne, ou talvez um pouco mais que isso. Hoje, já comprometido com uma barba farta e com muitas primaveras na memória, considero Dragon Ball um símbolo maior da cultura anime japonesa. Pura, transparente, descomplexada e objectiva, a obra do génio de Toriyama ganhou adeptos e força mediática inéditas em vinte e quatro anos de existência. A colagem da indústria dos videojogos a tal fenómeno foi prematura e fortuita. Tanto, que os ávidos fãs de pancadaria digital dos anos oitenta enfeitiçados pela geração de 8 bits, responderam em massa aos inúmeros títulos baseados na animação.

Depois de ter alcançado o nirvana com o primor técnico que foi Budokai 3 para Playstation 2, a Dimps aventura-se em território hostil com Dragon Ball Z: Burst Limit, título de estreia na época da alta definição. Uma insistência dispensável ou uma parcela fundamental no panorama actual?

 

 

mood: mid 90's
a jogar: no more heroes & ninja gaiden 2
artigo por Daniel Costa às 23:30
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Segunda-feira, 16 de Junho de 2008

Cinema nos videojogos pelos olhos de Riddick.

Adaptações de blockbusters dúbios para videojogos correm, geralmente, muito mal. Seja pela interpretação destorcida dos conceitos a adoptar ou pela falta de qualidade e devoção claras por parte das equipas responsáveis, a comunidade de jogadores com real sentido do gosto foge do género. Realmente, com esporádicas e arcaicas excepções, o maior gozo que tive perto dum guião ao comando de uma qualquer consola foi no original Chronicles of Riddick: Escape from Butcher Bay. Um enredo derivado – e não simplesmente transportado do filme – com direcção honesta e devota de Vin Diesel. O actor norte-americano apostou forte no mercado dos videojogos ao fundar a interessante Tigon Studios, produtora do título em questão. Talvez seja esse o segredo para melhores resultados no futuro: trabalho tête-à-tête com os protagonistas do grande ecrã. Caso não seja o feliz possuidor do antigo caixote da luxúria, ou Xbox, não tema. Vin Diesel pensou na geração que só agora começou a dar os primeiros passos com um comando na mão. Assault on Dark Athena será o título do remake para Xbox 360 e Playstation 3.

 

Até lá, o bonito vídeo de etiqueta de um dos melhores exemplares de 2004.

 

 

Para quem não tem medo do escuro...

mood:
a jogar: dbz burst limit, ninja gaiden ii, et: quake wars
artigo por Daniel Costa às 21:36
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Sábado, 14 de Junho de 2008

Ninja Gaiden II - Análise.

 

Ninguém conhece My Hero. Pior, ninguém valoriza My Hero. Talvez com válido fundamento. Pessoalmente, o jogo da Sega lançado a meio dos anos oitenta, simboliza um despertar dúbio para o mundo dos beat’em’up lineares. Ao comando da marcante Master System, interpretei pela primeira vez a satisfação de aniquilar adversários genéricos em sequência, numa missão solitária e inglória mas reconfortante. Ainda despido de ordenamentos cortantes, o conceito de espancar ínfimos capangas com suporte arcaico de um argumento desinteressante foi vítima de uma evolução natural na indústria. Ao longo das diferentes gerações de consolas, e centenas de tentativas depois, o género tornou-se híbrido e passou a servir um festival de sangue e argumentos bélicos ao jogador. O pico qualitativo aconteceu em 2004, aquando o lançamento do fantástico Ninja Gaiden; título refeito a partir do original da NES. Quatro anos passados, e ainda em plena autópsia ao trabalho de Itagaki na Tecmo, submeto Ninja Gaiden II a teste de valor, com direito a fita negra de brigão na testa.

 

a jogar: ninja gaiden II e dbz burst limit
mood: refrescado
artigo por Daniel Costa às 23:11
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Terça-feira, 10 de Junho de 2008

Shuriken cor de sangue, parte dois.

O original foi símbolo máximo da aposta qualitativa das editoras nipónicas Xbox. A sequela acaba de aterrar em solo Europeu, para contentamento público e êxtase do seu amigo escrivão, estimado leitor.

 

Pode contar com a análise extensiva a Ninja Gaiden II (Xbox 360) nos próximos dias. Entretanto sugiro um teaser interpretativo deste post.

 

 

Por enquanto, sem palavras...

a jogar: ninja gaiden II
mood: prisioneiro do ofício
artigo por Daniel Costa às 22:23
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Segunda-feira, 9 de Junho de 2008

A três dias do fim.

Fim provável da carreira militar de Solid Snake, claro. O muy aguardado título da Konami estreia nas prateleiras mundias dia 12 de Junho, e a comunidade mais agarrada suspira pelo correr dos ponteiros do relógio. Como Metal Gear Solid 3: Snake Eater será o jogo da acção da minha vida digital, admito um borbulhar extraordinário das hormonas nesta altura, mesmo sendo um estóico resistente ao apelo Playstation 3.

 

Para celebrar o evento e irritar os pretendentes ao jogo, apresento o trailer mais cinematográfico da história dos videojogos. Mesmo à Hollywood

 

 

E esse entusiasmo, caro leitor?

mood: nocturne!
a jogar: no more heroes & ninja gaiden II (em breve)
artigo por Daniel Costa às 23:03
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Domingo, 8 de Junho de 2008

Turning Point: Fall of Liberty - Análise.

 

O ofício de analista de videojogos é, por vezes, ingrato e especialmente abstracto. Proponho um fácil exercício ao leitor: relacione uma laranja com um jogo. Faz parte da folha de serviço do escrivão contratado, provar ao potencial comprador da obra que o sumo técnico da mesma tem ou não qualidade, independentemente do gosto pessoal do crítico. Apoiando a fundamentação na conversa das laranjas, fruta a que sou alérgico, é minha obrigação sublinhar o tom isento ao analisar Turning Point, mas reflicto, poderá o leitor suportar acidez excessiva?

 

mood: adepto
a jogar: no more heroes
artigo por Daniel Costa às 17:44
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Apaixonado crónico pelo mundo dos videojogos, indústria incluída, Daniel Costa assume a adição precoce, sem complexos. Adepto da escrita livre como meio de expressão primário, o jogador passou por várias publicações, como a ene3 e DSGaming (UK). Actualmente, é gestor de produto júnior na Nintendo/Concentra, e analista e colunista na Xbox Portugal e N-Portugal, em part-time. O autor do blogue pessoal Now Loading deseja boa estadia ao leitor. Também tem o hábito de assinar biografias na terceira pessoa.

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