O mercado de videojogos em Portugal é, essencialmente, volátil. No contexto Europeu, seremos dos poucos países, senão o único, em que a Sony tem um quase ofegante monopólio sobre os restantes candidatos a pedintes. Pior, a paleta de tons e gostos é tristemente reduzida. Considero até que os dois grandes lobbys acidentais, jogadores casuais e os com calos na matéria, não suportam investimento alheio á marca Playstation. Vá-se lá saber porquê. Para o registo; não sou sequer pretendente a sociólogo, portanto rejeito juízos de valor baratos e incoerentes.
O quadro de desenvolvimento tem, contudo, outra cara, em Portugal. Começam a nascer produtoras interessantes, com argumentos intelectuais e monetários de relevo. Uma dessas empresas é a
GameInvest, presidida por
Paulo Gomes, personagem em destaque no
header deste texto. Em discurso directo,
no seu blogue pessoal hospedado no sítio da revista Edge, Paulo assume um discurso interessante, mas ambíguo. Se a ambição patente no objectivo nem nacional, nem Europeu, mas mundial (!), fica bem no cartaz de apresentação, a insistência no mercado de
Pop Games (expressão utilizada pelo próprio) cai um pouco na monotonia instalada. Aliás, olhando para o
catálogo da GameInvest, títulos como
Sarah’s Emergency Room (
Wii,
Xbox 360) ou
Sudoku for Kids (
Nintendo DS) confirmam a filosofia da companhia. Como observador quase diplomado, arrisco perguntar: será esta a melhor forma de explorar as lincenças, quase divinas nos dias que correm, das consolas da
Microsoft e
Nintendo?
Ironia máxima: a GameInvest foge da facilidade, leia-se Playstation, na altura do investimento real. Ventos contrários, mas com cheiros de esperança, portanto.
Independentemente do successo da GameInvest, e outras companhias com projectos semelhantes, uma coisa é mais que certa: o estado de sítio da indústria dos videojogos tem têndencia a evoluir, em Portugal.
Filosofias de desenvolvimento á parte, só não quero assistir a uma inauguração populista de um ‘grande centro de produção de videojogos’, por obra de qualquer governo, daqui a dez anos. Isso não.
Então o que se passou? É claro que a Game Invest está a fazer jogos para a Wii e DS, pois como está inclusivamente referido no texto, a única forma de uma empresa com projectos tão fracos se afirmar será num mercado mais abrangente e ao nível de todo o mundo. A questão da XBOX 360, penso eu, já terá que ver com a facilidade de acesso às ferramentas de criação de jogos em XNA.
Seria ousado caso eles quisessem lançar jogos para essas plataformas em Portugal exclusivamente, mas assim... dá me a impressão que aproveitaste a ocasião para arremessar algumas pedras à Playstation? :)
Quanto a esse senhor Paulo Gomes, faz lembrar um Bushnell da década de 70 mas sem o talento e visão. Não vejo grande futuro para a Game Invest enquanto esta for liderada por um homem demasiado centrado nos negócios e com pouco conhecimento do que são os videojogos. Por vezes ele discursa como se já tivesse demonstrado algo com os seus produtos o que não é verdade. Acho que não vamos lá enquanto investirmos o dinheiro em planos de jogos 'recauchutados' como Sudokus e afins. Mas que sei eu?! :)
Gostei do post sobre o Heavy Metal Geomatrix, fizeste bem em recordar esse pequeno clássico já há muito esquecido. Passei boas horas de volta dele, obrigado por me refrescares a memória!
Abraço,
Bruno
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